domingo, 10 de outubro de 2010

SIM, VOCÊ É MUITO IMPORTANTE


Faça sua parte!

O BACANA É SER FRUGAL

A crise financeira fez o que os ambientalistas lutam há décadas para conseguir: controlar a gastança dos americanos.


Por Ana Elisa Gaiarsa Granziera.


Americanos comprando menos, passando os sáboas em casa, bebendo água da torneira? Há dois anos, esse cenário seria motivo de piada. Mas, depois da crise financeira, virou fato. É a nova frugalidade: sem grana para torrar, a nação mais consumista passou a dar valor a um modo de vida mais simples. Para isso, adota hábitos que sua avó já tinha, como ter horta em casa e até quem diria - dirigir menos.
Ainda é cedo para afimar que essa mudança veio para ficar, mas alguns dados apontam para isso. Pesquisa do Centro de Pesquisa Pew diz que 50% dos entrevistados acham que os americanos devem aprender a viver com menos. "A tendência do ser humano e dar vazão aos desejos, sem pensar no futuro. Mas um trauma pode levar as pessoas a adotar hábitos austeros de forma permanente", diz o pesquisador Mário Renê, coordenador do Núcleo de Ciências do Consumo Aplicadas da ESPM, em São Paulo. Isso aconteceu após a crise de 1929, que gerou pessoas mais econômicas.
A tendência, talvez, já venha de antes do baque financeiro. O estatístico Nate Silver levantou quantos quilômetros os americanos estavam dirigindo depois da crise, e descobriu que o número era menor que o esperado. Até aí, normal. Só que, pelas contas dele, a queda é grande demais para ser explicada apenas pela recessão e pela alta no preço dos combustíveis. Para ele, o número já vinha caindo antes disso e aponta para uma mudança de mentalidade. Se for esse o caso, a crise só foi o empurrão que faltava para as pessoas adotarem hábitos simples.
Essa mudança de pensamento pode ser vista no mundo todo em movimentos pregando estilos de vida frugais, como o Simplicidade Voluntária (que diz que devemos viver com pouco) e o Um Dia Sem (que incentiva a pessoa a passar o dia sem carro ou sem comprar, por exemplo). As pessoas começam a questionar a ideia de que o consumo desenfreado seja a melhor forma de atingir a felicidade.
Isso não significa necessariamente comprar menos, mas também comprar melhor. Produtos com vida útil curta perdem espaço para outros que duram bem mais, por exemplo. "Muitos consumidores preferem algo atemporal,que vá durar mais de uma estação", diz Andréa Bisker, diretora da consultoria de tendências WGSN, no Brasil. Em vez de comprar 10 camisetas vagabundas, é melhor ter duas de boa qualidade, que não rasgam na primeira espriguiçada. Bem como sua mãe ensinou.

"Levar um estilo de vida frugal é não acumular tralha de que você não precisa, é não desperdiçar comida ou recursos,é levar a vida como nossas avós levavam, quando as pessoas valorizavam o tempo e estavam mais próximas do estado natural das coisas. É uma vida mais simples."

Fonte: Revista Super Interessante. 269

IMPACTO DO USO DO PAPEL



É a diminuição das florestas. O fim do ciclo de vida de alguns seres.

AUTOMÓVEIS ECOLÓGICOS: a corrida já começou

Várias tecnologias prometem emitir menos poluentes e ser mais sustentáveis. Qual vai ganhar?

HIDROGÊNIO
>COMO SE MOVE: O hidrogênio que move o motor pode ser retirado de substâncias como combustíveis fósseis, água e até urina.
>VELOCIDADE: um protótipo atingiu 331,68 km/h em uma pista de testes nos EUA.
>ECONOMIA: Ainda não é possível calcular.
>POLUENTES: Ao rodar, a geração de energia resulta em água, portanto não polui. Mas ainda não descobriram um jeito de extrair hidrogênio sem gastar muita energia.
>PREÇO: Não está disponível em larga escala. A Honda produziu 200 modelos do FCX Clarity para consumidores selecionados, e um leasing de US$ 600 (cerca de R$ 1.100) por mês, por 3 anos.
>NA RUA: Deve levar no mínimo 10 anos para se popularizar.
>VEREDITO: 3º lugar. Ainda é caro e difícil obter hidrogênio - sem contar que não há rede de abastecimento.
Modelo FCX Clarity movido por hidrogênio


HÍBRIDO
>COMO SE MOVE: Tem dois motores: um elétrico e um a diesel ou gasolina, para dar uma força quando o carro precisa de potência extra.
>VELOCIDADE: O desempenho é quase igual ao dos carros tradicionais.
>ECONOMIA: O Toyota Prius faz 21 quilômetros por litro de gasolina, quase o dobro dos carros comuns.
>POLUENTES: Usam combustíveis tradicionais e emitem CO2 mas bem menos que um carro comum. As baterias podem ser nocivas, mas as mais modernas podem ser recicladas.
>PREÇO: De US$ 19,8 mil ou R$ 35.640 (Honda Insight) a US$ 104 mil ou R$ 187,2 mil (Lexus LS 600h L), nos EUA.
>NA RUA: Desde a década de 1990.
>VEREDITO: 2º Lugar. Emite poluentes, mas já está nas ruas e pode ser abastecido na rede existente.
Modelos Honda Insight
Modelo Toyota Prius
ELÉTRICO
>COMO SE MOVE: É alimentado exclusivamente de energia elétrica.
>VELOCIDADE: Hoje baixa, em torno de 80km/h.
>ECONOMIA: Um modelo elétrico deve consumir R$ 0,03 por quilômetro. Os tradicionais saem por R$ 0,25.
>POLUENTES: Roda sem emissão de gases e não polui o ambiente, mas esbarra no velho problema das baterias, que podem poluir mananciais de água se descartadas incorretamente.
>PREÇO: O indiano REVAi custa R$ 78.075 no Brasil. Outros modelos, como o chinês Flybo, são vendidos por até US$ 18 mil em outros países.
>NA RUA: desde os anos 90.
>VEREDITO: 1º lugar: O modelo de negócio do Better Place pode fazer diferença para valer no futuro.
Modelo REVAi

VEM AÍ O CARRO ELÉTRICO


Os veículos do projeto Better Place, criado pelo israelense Shai Agassi devem começar a ser produzidos em massa em 2011. Daí para ganharem as ruas, é um pulo.





Os carros elétricos estão começando a ganhar corpo. E, em agosto, ganharam um belo empurrão: em 2011, deve começar a produção em massa dos veículos do projeto Better Place [...]. Os destinos são Israel, base do projeto, e Dinamarca, onde a tecnologia foi testada.

Os carros do Better Place serão produzidos em conjunto como grupo Renault-Nissan, parceiros do empreendedor israelense Shai Agassi. "Nosso plano é trocar todos os carros do mundo por elétricos nos próximos 10 anos", declarou ele.

Para atingir a meta, Agassi pretende criar uma rede de postos de eletricidade, resolvendo assim o maior desafio do carro elétrico: a distribuição de energia. Além disso, desenvolveu um sistema em que o carro é subsidiado pelo preçõ do abastecimento. Quanro mais o consumidor usar, mais barato será o automóvel. Pode até sair de graça. O modelo é inspirado naquele que permite que as operadoras de celular distribuam aparelhos a baixo custo aos clientes pré-pagos, que pagam mensalidades. (ET)